A situação dos reféns capturados pelo Hamas a 7 de outubro continua a ser um ponto central e doloroso do conflito, com negociações tensas sobre a devolução dos corpos e testemunhos chocantes de sobreviventes. Relatos de violência sexual durante o cativeiro vieram adicionar uma nova camada de horror à crise. O processo de libertação e recuperação dos reféns permanece incompleto e carregado de tensão. Israel acusou o Hamas e a Jihad Islâmica de violarem o acordo de cessar-fogo ao atrasarem a entrega do corpo de um refém. O gabinete do primeiro-ministro israelita exigiu "a devolução imediata dos três reféns mortos que ainda estão detidos na Faixa de Gaza".
Para além da angústia da espera, emergiram relatos de abusos severos.
Guy Gilboa-Dalal, um jovem de 24 anos, tornou-se o primeiro ex-refém masculino a testemunhar publicamente ter sido agredido sexualmente por um dos seus captores.
"Ele apontou-me uma espingarda à cabeça e encostou-me uma faca à garganta e ameaçou matar-me se eu falasse sobre o assunto", relatou.
O seu testemunho junta-se ao de outras ex-reféns, como Amit Sussana, e corrobora as conclusões de um relatório da ONU que, com base em testemunhos, encontrou "informações claras e convincentes" de que foi infligida violência sexual, incluindo violações e tortura sexualizada, a reféns durante o cativeiro. Estes relatos transformam a crise dos reféns numa questão de crimes de guerra, aumentando a pressão internacional e a complexidade de qualquer processo de reconciliação futura.
Em resumoA crise dos reféns transcende a negociação política, revelando profundos traumas humanos, incluindo a violência sexual como arma de guerra. Estes testemunhos complicam ainda mais o caminho para a reconciliação e a justiça no pós-conflito.