Esta situação testa a solidez da trégua e o papel dos mediadores internacionais.

A crise dos combatentes do Hamas retidos em túneis sob a cidade de Rafah emergiu como um dos desafios mais complexos para a manutenção do cessar-fogo em vigor desde 10 de outubro.

Pela primeira vez, o movimento islamita reconheceu publicamente a situação, apelando aos mediadores — Egito, Turquia, Qatar e Estados Unidos — para que pressionem Israel a permitir a saída segura dos seus membros.

Fontes do Hamas estimam que entre 60 a 80 combatentes, na sua maioria das Brigadas al-Qassam, permaneçam vivos em várias infraestruturas subterrâneas.

Anteriormente, o enviado especial da Casa Branca, Steve Witkoff, havia mencionado cerca de 200 combatentes.

A proposta atual em discussão prevê a concessão de "passagem segura para áreas não controladas por Israel", de modo a evitar que o impasse leve a novas violações da trégua. Contudo, a posição de Israel permanece inflexível. O exército israelita anunciou ter morto mais de 20 combatentes que tentavam escapar dos túneis e um porta-voz do governo de Benjamin Netanyahu declarou que o primeiro-ministro "não estava a autorizar a passagem segura de 200 terroristas do Hamas", mantendo-se "firme na sua intenção de desmantelar as capacidades militares" do grupo. O Hamas acusa Israel de violar os termos do acordo ao "procurar, eliminar e prender combatentes da resistência sitiados nos túneis de Rafah", transformando este cerco subterrâneo num teste decisivo para o futuro do plano de paz.