A troca de reféns e prisioneiros, um componente central da primeira fase do acordo de cessar-fogo, tem avançado com dificuldades e acusações mútuas de atrasos. A devolução dos corpos de reféns detidos em Gaza em troca de prisioneiros palestinianos é um processo sensível e fundamental para a continuidade do acordo de paz. O mecanismo de troca, estipulado no acordo, prevê a libertação de reféns (vivos e mortos) em posse do Hamas e outros grupos em Gaza por prisioneiros palestinianos detidos por Israel. Um dos aspetos mais delicados é a troca de corpos: Israel é obrigado a entregar os corpos de 15 palestinianos por cada corpo de refém devolvido. Recentemente, o Hamas anunciou que recebeu os corpos de 15 "mártires" palestinianos em troca da devolução do corpo do refém israelita Dror Or. O porta-voz do Hamas, Hazem Qassem, afirmou que esta entrega "reflete o compromisso inabalável do Hamas com o processo de troca".
No entanto, o processo tem sido marcado por atrasos.
O Hamas justifica a demora na recuperação de alguns corpos de reféns devido à sua localização sob escombros. Por outro lado, o governo israelita acusou publicamente o Hamas e a Jihad Islâmica de violarem o acordo ao atrasarem a entrega dos corpos dos três últimos reféns mortos ainda em Gaza: os israelitas Dror Or e Ran Gvili, e o tailandês Sudthisak Rinthalak.
O gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu considerou o atraso como uma "violação grave do acordo" e exigiu a "devolução imediata" dos corpos.
Esta dinâmica de acusações e dificuldades logísticas torna o processo de troca um ponto de fricção constante, que pode comprometer a confiança entre as partes e o avanço das negociações.
Em resumoA troca de reféns e prisioneiros entre Israel e Hamas avança lentamente, marcada por desconfiança e acusações de violação do acordo de cessar-fogo. A devolução dos corpos, um processo logisticamente e emocionalmente complexo, tornou-se um barómetro da viabilidade da trégua e da vontade de ambas as partes em cumprir os compromissos assumidos.