Após dois anos de guerra, o cessar-fogo em vigor baseia-se num plano do ex-presidente norte-americano Donald Trump, que mediou a primeira fase, resultando na libertação dos últimos 20 reféns vivos. Contudo, a restituição dos corpos de dois reféns mortos, de um total de 28, permanece por resolver, um ponto que Israel considera essencial para permitir a entrada de mais ajuda humanitária através da passagem de Rafah. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar, Majed al-Ansari, mediador principal, sublinhou as dificuldades logísticas, afirmando que "a situação logística em Gaza faz com que seja difícil conseguir" a recuperação de todos os corpos, mas insistiu que tal não deveria ser um obstáculo para avançar. A segunda fase do plano, ainda por aprovar, aborda as questões mais sensíveis: o desarmamento do Hamas, a criação de uma autoridade de transição para governar a Faixa de Gaza, a reconstrução do enclave e o envio de uma força internacional de estabilização. Durante uma chamada telefónica com Benjamin Netanyahu, Donald Trump terá reiterado o compromisso com o desarmamento do Hamas e a desmilitarização de Gaza. A complexidade das negociações é agravada por questões como a presença de combatentes do Hamas em túneis e as contínuas violações da trégua, com o exército israelita a relatar operações contra militantes palestinianos.