Ancara tem desempenhado um papel ativo como mediadora, juntamente com o Egito, o Qatar e os Estados Unidos, na tentativa de resolver a crise dos combatentes do Hamas encurralados nos túneis de Rafah.

Esta participação diplomática coexiste com uma retórica fortemente crítica em relação a Israel. Durante uma visita a Teerão, o ministro dos Negócios Estrangeiros turco apelou a uma ação imediata para "impedir os crimes de Israel" na Faixa de Gaza, alinhando-se com a posição iraniana. Além disso, a Turquia ofereceu-se para participar na força de estabilização internacional prevista para Gaza, uma proposta que visa supervisionar o cessar-fogo.

No entanto, esta oferta foi liminarmente rejeitada por Israel, que acusa Ancara de apoiar o Hamas e mantém relações tensas com o governo de Erdogan.

Esta rejeição evidencia os limites da influência turca, apesar dos seus esforços diplomáticos.

A abordagem multifacetada da Turquia, que combina mediação, condenação e propostas de intervenção, demonstra a sua ambição de ser um protagonista central na reconfiguração geopolítica do Médio Oriente pós-conflito.