A comunidade internacional acompanha de perto a implementação de um plano de paz para Gaza, promovido pelos Estados Unidos sob a liderança do Presidente Donald Trump, que se estrutura em várias fases e visa uma solução duradoura para o conflito. A primeira fase, iniciada com o cessar-fogo de 10 de outubro, previa a libertação de reféns por prisioneiros palestinianos, a retirada parcial das tropas israelitas e o acesso de ajuda humanitária. A segunda fase, ainda por aprovar, contempla os pontos mais complexos: o desarmamento do Hamas, a criação de uma autoridade de transição para governar o enclave e o envio de uma força internacional de estabilização.
No entanto, existem divergências significativas sobre a sua implementação.
O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, afirmou que o desarmamento não deve ser a primeira medida, defendendo uma abordagem mais “realista”.
Por sua vez, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, acrescentou uma terceira fase ao plano, focada na “desradicalização de Gaza”, um processo que comparou ao realizado na Alemanha após a Segunda Guerra Mundial. Netanyahu declarou que, após a conclusão da primeira fase, espera avançar “muito em breve para a segunda fase”, embora reconheça que será “mais difícil”.
O sucesso deste roteiro depende criticamente da manutenção do frágil cessar-fogo e da capacidade dos mediadores internacionais de conciliar as posições antagónicas de Israel e do Hamas, especialmente no que diz respeito ao desarmamento e ao futuro governo do território.
Em resumoO plano de paz liderado pelos EUA oferece um roteiro multifásico para o futuro de Gaza, mas o seu sucesso está ameaçado pela violência contínua e por profundas divergências entre as partes sobre a sequência da sua implementação, nomeadamente no que concerne ao desarmamento do Hamas e à visão de Netanyahu para a "desradicalização" do território.