Esta instabilidade compromete a transição para as fases seguintes do plano de paz e agrava a crise humanitária no terreno.

A trégua, que sobrevive há mais de dois meses, atingiu um ponto crítico. Desde o seu início, as autoridades de saúde locais, controladas pelo Hamas, registaram a morte de mais de 370 palestinianos.

Muitos destes incidentes ocorrem ao longo da chamada “linha amarela”, uma demarcação tácita que separa as áreas controladas por Israel do resto do enclave.

As Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmam que abrem fogo para “eliminar a ameaça” de indivíduos que se aproximam das suas unidades de forma suspeita, descrevendo-os como “terroristas”.

No entanto, grande parte da população deslocada desconhece os limites exatos desta linha, e muitos são alvejados enquanto tentam regressar às suas casas destruídas ou procurar alimentos.

Recentemente, um ataque israelita em retaliação a um ataque contra as suas tropas em Rafah resultou na morte de cinco palestinianos, incluindo duas crianças, num campo de refugiados em Khan Yunis. O Hamas classificou o ataque como um “claro crime de guerra” e uma “violação do acordo de cessar-fogo”.

A China também lamentou o incidente, pedindo que a trégua se torne “efetiva”.

Esta dinâmica de ataques e retaliações, onde Israel mantém o controlo de mais de metade do território de Gaza, mina a confiança e dificulta o avanço para as fases mais complexas do plano de paz, que incluem o desarmamento do Hamas e a retirada israelita.