Segundo a UNICEF, a desnutrição entre mulheres grávidas e lactantes está a agravar-se, com as mães a sacrificarem-se para alimentar os filhos.

Em outubro, a organização assistiu 8.300 mulheres com desnutrição aguda, um problema inexistente antes de outubro de 2023. Consequentemente, o número de bebés que nascem com baixo peso duplicou, e a mortalidade neonatal no primeiro dia de vida aumentou 75%.

A porta-voz da UNICEF, Tess Ingram, afirmou que “esta realidade brutal foi causada pelo conflito e agravada pelas restrições à ajuda”.

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) reforça este cenário, denunciando que cerca de 900 pessoas morreram enquanto aguardavam por uma evacuação médica que nunca chegou.

Apenas 200 doentes conseguiram sair de Gaza desde o cessar-fogo, enquanto mais de 16.500, incluindo 4.000 crianças, continuam na lista de espera.

A enfermeira Ruth Conde, dos MSF, sublinhou que “em Gaza, não há qualquer hospital plenamente operacional”, forçando os médicos a tomar “decisões impossíveis, como escolher a que bebé vamos colocar um ventilador mecânico”.

Este colapso é agravado pelo bloqueio de equipamento médico essencial, considerado por Israel como suscetível de “duplo uso”.

Peritos da ONU descreveram as condições catastróficas como “inteiramente provocadas pelo Homem”, em alusão às operações e ao bloqueio israelita.