O Hamas manifestou a sua disponibilidade para entregar as armas a uma futura autoridade palestiniana, mas apenas sob a condição de um fim da ocupação israelita e da criação de um Estado palestiniano soberano. Esta posição representa um obstáculo central para a segunda fase do plano de paz, que tem o desarmamento do grupo como um dos seus pilares. Khalil al-Hayya, líder do Hamas em Gaza, afirmou que o grupo aceitaria uma força da ONU para supervisionar um cessar-fogo, mas recusou qualquer missão internacional que vise o seu desarmamento. Esta exigência colide diretamente com as condições impostas por Israel e pelos mediadores internacionais, nomeadamente os Estados Unidos, que consideram a desmilitarização do Hamas uma etapa crucial e não negociável para garantir a estabilidade a longo prazo na região.
A segunda fase do plano de paz proposto por Donald Trump inclui explicitamente o desarmamento do Hamas, a par da criação de uma autoridade de transição e do envio de uma força internacional. A intransigência de Israel nesta matéria foi reforçada por uma fonte da segurança egípcia, que indicou que Telavive se recusa a avançar para a segunda fase da trégua enquanto o Hamas não se desarmar. A visão do Hamas encontra algum eco na posição da Turquia, cujo ministro dos Negócios Estrangeiros, Hakan Fidan, declarou que o desarmamento não deveria ser a primeira medida a ser implementada.
“É essencial seguir a ordem correta e manter uma abordagem realista”, afirmou Fidan.
Este impasse sobre a sequência e as pré-condições para o desarmamento ameaça bloquear todo o processo de paz, tornando a transição para uma solução política duradoura extremamente desafiadora.
Em resumoA posição do Hamas, que condiciona o seu desarmamento ao fim da ocupação israelita, cria um impasse fundamental nas negociações de paz. Esta exigência choca com a condição não negociável de Israel e dos EUA para a desmilitarização do grupo, tornando a segunda fase do plano de paz e uma solução duradoura para o conflito difíceis de alcançar.