Estas acusações, as mais graves no plano internacional, foram veementemente rejeitadas por Israel, que as classificou como tendenciosas.

Em setembro, uma comissão de investigação da ONU acusou formalmente Israel de cometer genocídio ao longo de dois anos de conflito. O relatório, que apontava para declarações de autoridades israelitas e para o padrão das operações militares como provas de uma “intenção de destruir”, foi recebido com indignação por Telavive, que o considerou “tendencioso e mentiroso”. Esta conclusão juntou-se a outras denúncias de organizações de direitos humanos e aos mandados de captura emitidos em 2024 pelo Tribunal Penal Internacional contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu por crimes de guerra. No mês anterior, outro painel de peritos da ONU, da Classificação Integrada de Segurança Alimentar, descreveu um quadro de fome no norte do território, afirmando que as condições catastróficas eram “inteiramente provocadas pelo Homem”, numa alusão direta ao bloqueio e às operações militares israelitas.

Israel rebateu estas conclusões como “falsidades baseadas no Hamas”.

A divulgação destes relatórios coincidiu com uma vasta operação israelita na Cidade de Gaza e com protestos globais que exigiam o fim da ofensiva.

A pressão internacional contribuiu para que mais países ocidentais, incluindo Portugal, reconhecessem o Estado da Palestina e para que governos europeus impusessem embargos de armas a Israel.