Ao discursar ao lado do chanceler alemão, Netanyahu afirmou que, após as fases de cessar-fogo e desmilitarização, seria necessária uma terceira etapa. “Como disse ao chanceler, há uma terceira fase: a desradicalização de Gaza, algo que também era considerado impossível, mas que foi conseguido na Alemanha”, declarou.

Esta posição revela que os objetivos de Israel transcendem a eliminação militar do Hamas e a recuperação dos reféns. A estratégia aponta para uma transformação social e política profunda em Gaza, supervisionada externamente, com o objetivo de erradicar a ideologia que Israel considera ser a raiz do conflito.

A proposta de “desradicalização” enquadra-se na terceira fase do plano de paz proposto pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, mas a sua implementação e os seus contornos exatos permanecem por definir. A comparação com a Alemanha do pós-guerra sugere um processo prolongado de reeducação, reforma institucional e controlo ideológico, levantando questões sobre a soberania futura de Gaza e o papel da comunidade internacional e dos próprios palestinianos na governação do seu território.