As negociações para o futuro de Gaza avançam com uma proposta do Hamas para um acordo de dez anos em troca do “congelamento do uso de armas”, enquanto a comunidade internacional, liderada pelos EUA, discute a controversa formação de uma autoridade de transição. A proposta do Hamas, detalhada em várias reportagens, não contempla um desarmamento total, que o antigo líder do movimento, Khaled Mechaal, classificou como “inaceitável para a resistência”. Em vez disso, o grupo sugere um “congelamento ou armazenamento” do seu armamento como garantia contra futuras escaladas militares.
O Hamas mostrou-se também aberto à presença de uma força internacional de manutenção da paz ao longo da fronteira com Israel, semelhante à UNIFIL no Líbano, mas rejeita a sua atuação dentro do território palestiniano, considerando que isso “equivaleria a uma ocupação”.
Esta posição contrasta com o plano do presidente norte-americano, Donald Trump, cuja segunda fase prevê o desarmamento das milícias palestinianas.
As conversações, descritas como “mais sérias”, visam avançar para a segunda fase do acordo de paz, que inclui a retirada total das tropas israelitas e a reconstrução de Gaza. No entanto, o debate sobre a governação futura é complexo, como evidencia a oposição de países árabes à nomeação do ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair para liderar um Conselho de Paz proposto por Trump, devido ao seu papel na invasão do Iraque em 2003.
Em resumoO futuro de Gaza está a ser moldado por negociações complexas, onde a proposta do Hamas para uma trégua armada se choca com os planos internacionais de desarmamento, ao mesmo tempo que a formação de uma liderança pós-conflito enfrenta obstáculos diplomáticos significativos.