A utilização do termo transcendeu a retórica de ativistas, passando a ser empregue em contextos oficiais.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, afirmou de forma inequívoca que “os responsáveis por este genocídio têm de prestar contas.

E terão de o fazer mais cedo ou mais tarde”, sublinhando que apenas com essa responsabilização se poderá alcançar uma “paz justa e duradoura”.

Esta posição de um líder europeu confere um peso significativo à acusação.

A própria Agência das Nações Unidas de Ajuda aos Refugiados da Palestina (UNRWA) também se referiu às difíceis condições de vida em Gaza como resultado do “genocídio israelita em curso nos últimos dois anos”. Esta narrativa enquadra a ofensiva militar de Israel não apenas como uma resposta desproporcional, mas como uma ação com intenção de destruir um povo, o que constitui a definição legal de genocídio. A insistência na justiça e na prestação de contas como pré-requisitos para a paz indica uma mudança no debate, que se afasta de soluções puramente políticas para incluir a dimensão da justiça criminal internacional, aumentando a pressão sobre Israel e os seus aliados.