O acordo, aprovado pelo primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu, foi justificado pelo Cairo como uma transação "puramente comercial", mas sublinha a complexa teia de interesses económicos e geopolíticos na região. O contrato, descrito pelo ministro da Energia israelita, Eli Cohen, como "o maior acordo de exportação da história do Estado de Israel", prevê o fornecimento de 130 mil milhões de metros cúbicos de gás natural ao Egito até 2040. Netanyahu destacou que o negócio renderá cerca de 15,3 mil milhões de euros aos cofres do Estado israelita e reforçará a posição de Israel como "potência energética regional".

O acordo será implementado em duas fases, dependendo da expansão da infraestrutura, incluindo um novo gasoduto e a ampliação do campo de Leviatã, operado pela Chevron e pela NewMed Energy.

A assinatura do contrato gerou críticas no mundo árabe, especialmente porque o Cairo tem criticado publicamente a postura dos países ocidentais no conflito de Gaza.

Em resposta, o porta-voz do governo egípcio, Diaa Rashwan, insistiu que o acordo é uma "transação puramente comercial, concluída exclusivamente com base em considerações económicas e de investimento, e não implica qualquer dimensão ou entendimento político". Rashwan acrescentou que o negócio serve o interesse estratégico do Egito de se consolidar como um centro regional de comércio de gás.