Esta entrevista evidencia o podcast como um espaço privilegiado para a reflexão sobre o processo criativo e o seu impacto cultural.
Pureza descreve a sua série “Pôr do Sol” como uma “purga” após uma década a dirigir telenovelas, um formato que considera ser uma “estupidificação” quando poderia ser uma “arma de educação”.
Esta crítica contundente ao meio televisivo tradicional, feita no contexto de uma conversa longa e ponderada, dificilmente encontraria espaço noutros formatos mediáticos.
O podcast permite-lhe aprofundar a sua filosofia de trabalho, onde o humor não é um fim em si mesmo, mas um “bom truque para a passagem do tempo não ser tão penosa”.
A sua defesa do direito à ofensa, equilibrada pela ideia de que “a graça, se for má, perde público e envelhece mal”, demonstra uma visão matura sobre os limites da comédia. Ao partilhar as suas motivações para criar séries que misturam atores e bonecos para falar sobre diferença e empatia, Pureza utiliza a plataforma do podcast para contextualizar a sua obra, ligando-a a um comentário social mais vasto e a uma intenção de usar a comédia para propor novas formas de ver o mundo.