A conversa focou-se em temas como o humanismo, a partilha e a importância de “criar” como um ato de resistência que vai além de simplesmente “resistir”. Esta continuação da entrevista reforça o valor do podcast como um meio para diálogos extensos e filosóficos, que permitem explorar as convicções pessoais por trás do trabalho de um artista. Pureza partilha a influência do seu pai, o político José Manuel Pureza, na sua formação e no seu acesso a referências do humor, como Mel Brooks e os Monty Python, ligando a sua trajetória pessoal a um contexto familiar de pensamento cívico e crítico. A sua reflexão sobre o “medo do rumo das coisas no país” transcende a esfera artística e entra no domínio da intervenção cívica.

Ao afirmar que “termos medo do que está a acontecer no país é bom, para fazermos melhor”, o realizador posiciona-se não apenas como um criador de entretenimento, mas como um cidadão ativo e preocupado com o futuro coletivo.

Esta dimensão política e social da sua visão é amplificada pelo formato intimista do podcast, que favorece a partilha de pensamentos mais profundos e vulneráveis. A sua crença nos “sinais de esperança brutal em malta nova” e a sua vontade de se “implicar cada vez mais na mudança” transformam a entrevista numa mensagem de otimismo e apelo à ação, mostrando como os podcasts podem ser veículos para inspirar e mobilizar os ouvintes.