A entrevista destacou a perspetiva do artista sobre a sua profissão e os desafios enfrentados pelo setor cultural.

A participação de Manel Cruz no podcast "Posto Emissor" ofereceu uma visão crua e desmistificada da vida artística, distanciando-se do glamour frequentemente associado à música.

A sua afirmação, “Vejo a arte como uma profissão: quantas horas trabalhas, que impostos pagas, se é preciso uma oficina...

Não me sinto mais que um trolha”, é particularmente impactante.

Esta analogia com um trabalhador da construção civil serve para sublinhar as dificuldades e a precariedade do setor cultural em Portugal, enquadrando a criação artística como um trabalho que exige disciplina e enfrenta desafios burocráticos e financeiros.

A conversa abordou também a sua experiência enquanto presidente da associação do STOP, o que lhe conferiu uma perspetiva ainda mais aprofundada sobre as políticas culturais e as necessidades dos artistas. Ao partilhar a sua visão de si mesmo como “um gajo cheio de dúvidas, mas consciente da loucura que é estar vivo”, Cruz humanizou a sua figura, tornando-a mais próxima do público. O podcast funcionou, assim, como uma plataforma para um dos músicos mais influentes da sua geração partilhar uma reflexão crítica e necessária sobre o valor e as condições do trabalho artístico no país, um tema de grande relevância social e política.