Um dos pontos centrais da conversa foi a sua experiência como presidente da Alma STOP, a associação de músicos do Centro Comercial STOP no Porto.

O músico descreveu este período como uma incursão na política em pequena escala, onde enfrentou acusações e desafios inesperados.

"A assembleia do STOP parecia o Watergate da Rua do Heroísmo.

Fui acusado de desviar dinheiro e ainda meti 100 paus do meu bolso”, revelou, ilustrando as complexidades da gestão coletiva e as dificuldades inerentes à organização de uma comunidade artística.

Cruz defendeu uma visão pragmática da arte, equiparando-a a uma profissão como qualquer outra: “Vejo a arte como uma profissão: quantas horas trabalhas, que impostos pagas, se é preciso uma oficina...

Não me sinto mais que um trolha”.

Esta afirmação desmistifica a figura do artista, colocando o foco no trabalho e na dedicação necessários.

A sua filosofia de vida também foi explorada, com o músico a descrever-se como "só um gajo cheio de dúvidas, mas consciente da loucura que é estar vivo”, rejeitando a ideia de ser humilde. A entrevista abordou ainda metáforas culturais, como a sua interpretação de um episódio da série 'X-Files' sobre a paz mundial, refletindo sobre a natureza complexa da convivência humana.