A entrevista, dividida em duas partes, destacou-se pela franqueza com que o ator abordou temas pessoais e sociais.

Um dos momentos mais marcantes da conversa foi a recordação de um episódio de agressão que sofreu após se despedir de um amigo com um beijo na boca.

“Depois atiraram-me pedras.

O que leva jovens a essa violência?”, questionou, levantando um debate sobre a intolerância e a homofobia na sociedade.

Esta partilha pessoal exemplifica a profundidade que o formato de podcast permite, criando um espaço seguro para figuras públicas discutirem experiências traumáticas.

Romeu Costa falou também do seu espetáculo “Maráia Quéri”, onde explora os seus “fantasmas e prazeres culpados”, e de como o humor funciona como uma ferramenta para se energizar e lidar com as falhas.

A sua perspetiva sobre a peça “Catarina e a Beleza de Matar Fascistas”, na qual interpreta uma personagem fascista há cinco anos, revelou a sua preocupação com o atual clima político. O ator notou como a peça se tornou cada vez mais relevante, sentindo a “fúria do público” perante a sua personagem e afirmando que se estão a dar “passos atrás na democracia”. A conversa no podcast, moderada por Bernardo Mendonça, permitiu explorar a intersecção entre a vida pessoal do ator, a sua arte e o contexto social, demonstrando como os podcasts se tornaram um meio privilegiado para discussões que transcendem a simples promoção de projetos artísticos.