A entrevista teve um impacto significativo, sendo repercutida em diversos artigos que destacaram as suas declarações ponderadas e críticas.

Durante a conversa, Manel Cruz distanciou-se da ideia de que os artistas têm uma obrigação acrescida de intervenção política, afirmando sentir-se um “ignorante” sobre muitos temas complexos. No entanto, não se coibiu de tomar uma posição clara sobre o conflito israelo-palestiniano, justificando o uso de uma bandeira da Palestina num concerto: “Sou completamente pró-Palestina, como seria em relação a qualquer genocídio.

Há algo factual: as crianças que estão a morrer”.

Esta declaração sublinha uma intervenção baseada em princípios humanitários fundamentais, em vez de uma afiliação partidária.

O músico também refletiu sobre a natureza da política, defendendo-a como um método de organização social indispensável: “Não sou dos que pensam que os políticos são todos iguais: acho que são todos diferentes.

O mais fácil era estarmos na selva”.

A sua experiência como presidente da associação de músicos do Centro Comercial STOP, no Porto, foi apresentada como um microcosmo da vida política, onde enfrentou acusações e desafios que lhe permitiram perceber, “numa escala pequena, o que era a política”. A entrevista no 'Posto Emissor' revelou um artista reflexivo, que valoriza o diálogo e a estrutura democrática, ao mesmo tempo que se mantém consciente das complexidades e responsabilidades associadas à sua visibilidade pública.