A entrevista revela a faceta mais interventiva do músico, utilizando o formato de podcast para expressar opiniões de forma detalhada. A participação de Manel Cruz no podcast "Posto Emissor" destaca-se pela frontalidade com que o músico abordou períodos conturbados da sua carreira e as suas convicções políticas, demonstrando a capacidade do formato para gerar conversas de grande profundidade. Durante a entrevista, Cruz recordou os desafios enquanto presidente da Alma STOP, associação de músicos do Centro Comercial STOP no Porto, referindo-se a acusações de que foi alvo: “Fui acusado de desviar dinheiro e ainda meti 100 paus do meu bolso”.

O artista refletiu ainda sobre a polarização política que sentiu nesse período, exemplificando com um episódio durante uma manifestação: “houve cartazes a dizer ‘Rui Moreira morto’ quando aquilo era privado.

De repente, eu já era um Moreirista”.

Além das questões profissionais, Manel Cruz expressou de forma inequívoca o seu apoio à causa palestiniana, justificando a sua posição com base em princípios humanitários: “Sou completamente pró-Palestina, como seria em relação a qualquer genocídio.

Há algo factual: as crianças que estão a morrer”.

Esta entrevista sublinha o valor do podcast como um espaço onde figuras públicas podem articular o seu pensamento de forma extensa, partilhando com o público não apenas a sua arte, mas também a sua visão do mundo e o seu compromisso cívico.