A sua participação destacou-se pela profundidade da análise, ligando a arquitetura a narrativas sociais e geopolíticas.
Durante a conversa, conduzida em inglês, Gadanho, que foi curador no MoMA de Nova Iorque, explorou a sua visão da arquitetura como uma forma de narrativa e defendeu um urbanismo mais sustentável.
Abordou a crise habitacional em Portugal, propondo uma solução que envolve a intervenção do Estado para recuperar edifícios abandonados, uma medida que, segundo ele, poderia aliviar a pressão sobre o mercado imobiliário. O arquiteto destacou o potencial único de Lisboa, afirmando que a cidade “tem uma grande vantagem sobre as outras cidades: ainda tem espaço para crescer, junto ao rio”. A sua análise não se limitou a Portugal; Gadanho ofereceu uma perspetiva geopolítica sobre os conflitos contemporâneos, argumentando que “as guerras de hoje são por recursos naturais.
A Rússia quer os minerais e cereais da Ucrânia, Israel quer acesso ao mar”.
Esta visão conecta as disputas territoriais a interesses económicos e estratégicos fundamentais.
Além disso, refletiu sobre a identidade da arquitetura nacional, proferindo uma citação marcante: “A arquitetura portuguesa, no seu melhor, fala de grandiosidade com modéstia.
Precisamos de nos projetar mais para o mundo”. A sua participação no podcast revelou um pensador criativo com uma abordagem multifacetada, capaz de ligar a sua área de especialização a questões sociais e globais prementes, oferecendo uma análise perspicaz e soluções ponderadas para problemas complexos.













