A sua entrevista ofereceu um olhar sobre a precariedade laboral e a luta por melhores condições de trabalho em Portugal.

Andrade, que começou a trabalhar aos 14 anos, partilhou as duras realidades da sua profissão, destacando a falta de infraestruturas de apoio para trabalhadores com horários atípicos.

“Para ir trabalhar [àquela hora], não havia autocarro.

Imaginem sair de madrugada, com frio, chuva e pessoas duvidosas”, recordou, ilustrando os sacrifícios e riscos enfrentados por muitos.

A sua experiência pessoal foi o catalisador para o seu envolvimento cívico, culminando na organização da primeira manifestação do movimento Vida Justa, a 25 de fevereiro de 2023, onde, de microfone na mão, trouxe estas questões para o debate público.

Durante a conversa, abordou também o estigma associado a certas profissões, revelando um comentário que lhe foi feito: “Vânia, tu foste das primeiras mulheres a anunciar, com essa idade, que trabalhas nas limpezas”.

Esta partilha sublinha a dificuldade em assumir publicamente certas ocupações e a importância de lhes dar visibilidade e dignidade.

A sua história, contada no podcast, serve como um testemunho poderoso sobre as consequências da falta de condições laborais e a necessidade de uma sociedade mais justa e solidária para com os seus trabalhadores mais vulneráveis.