A nova série promete conversas que fogem à campanha tradicional, explorando o lado mais humano dos candidatos de Lisboa, Porto, Oeiras e do Corvo.

O regresso de "Bom Partido" para uma temporada dedicada às autárquicas solidifica o formato como uma plataforma relevante na cobertura política em Portugal, mas com uma abordagem distintiva.

Em vez de se focar nos discursos de campanha e promessas eleitorais, Guilherme Geirinhas aposta em conversas "sobre tudo menos a campanha eleitoral", procurando desvendar a personalidade por detrás da figura pública.

Esta abordagem humanizadora é particularmente eficaz no contexto das eleições locais, onde a proximidade com os eleitores é fundamental.

A seleção dos municípios é estratégica, abrangendo os dois principais centros urbanos do país (Lisboa e Porto), o mais pequeno (Corvo, com cerca de 400 habitantes) e um com relevância pessoal para o apresentador (Oeiras), oferecendo um retrato diversificado da realidade política nacional. A citação de Geirinhas, "Aprendi a rir com Isaltino, a ressuscitar os mortos com Pizarro, e a escavacar placas de esferovite à martelada com Moedas", ilustra o tom irreverente e satírico do programa, que utiliza o humor para analisar o comportamento dos políticos. O método de preparação obsessivo do humorista, que afirma demorar "dois dias a preparar as entrevistas" porque quer "saber tudo obsessivamente", garante a profundidade por detrás da aparente leveza, transformando o podcast num exercício de jornalismo de perfil com uma roupagem de entretenimento.