O episódio gerou debate sobre preconceito e valorização cultural no setor da restauração.
Felner utilizou a sua plataforma para argumentar que a cozinha africana, em particular a de São Tomé e Príncipe, é frequentemente subvalorizada em comparação com outras gastronomias internacionais.
A sua crítica foi direta: "Os portugueses parecem desvalorizar tudo o que não tenha mobília pseudocozy moderna ou habaneros na parede". Esta afirmação aponta para um preconceito que não se baseia na qualidade da comida, mas sim em estereótipos associados à sua origem cultural e à estética dos estabelecimentos.
O crítico ilustrou o seu ponto de vista com um exemplo concreto, sugerindo que "a cozinheira d’O Cantinho da Ameixoeira devia estar no Chiado com pratos a €25", questionando por que razão a autenticidade e o talento culinário de certas cozinhas não recebem o mesmo reconhecimento e valorização económica que outras.
Ao levar esta discussão para um podcast, Felner transcende a crítica gastronómica tradicional, transformando-a numa análise social sobre o valor que a sociedade portuguesa atribui a diferentes culturas.
O episódio demonstra o poder dos podcasts de nicho para abordar temas complexos e iniciar conversas importantes que, de outra forma, poderiam permanecer à margem do debate público.












