A conversa, dividida em pelo menos duas partes, destaca a interseção entre arte e ativismo político, gerando reflexão sobre o conflito israelo-palestiniano e o papel do artista na sociedade contemporânea.
Durante a entrevista com o apresentador Bernardo Mendonça, Joana Craveiro relatou os “vários horrores do ‘apartheid’” que testemunhou, descrevendo as ações de Israel como um “claro plano de desumanização e limpeza étnica”.
A sua experiência pessoal tornou-se a matéria-prima para futuros espetáculos, reforçando a sua convicção de que “toda a arte é política” e que o seu trabalho deve “contribuir para a libertação das mentes e dos totalitarismos”.
A conversa abordou igualmente o clima social atual, onde, segundo a dramaturga, vivem-se “tempos sombrios em que sermos humanistas e empáticos é visto como radical”.
Craveiro não se coibiu de criticar a posição do governo português, afirmando que não foi claro a condenar o que considera ser um “genocídio em Gaza”, apontando uma “falta de coragem e espinha dorsal”. O podcast serviu de plataforma para uma discussão que transcendeu o relato de viagem, explorando também a memória histórica de Portugal, um país que, na sua opinião, tem “má memória das chagas do passado”. A entrevista evidencia o poder do formato podcast para aprofundar temas complexos, permitindo que vozes críticas partilhem as suas perspetivas de forma detalhada e sem filtros, ligando a experiência individual a questões políticas globais e ao papel transformador da arte.














