A entrevista com Bernardo Mendonça transformou-se num poderoso testemunho sobre a realidade do conflito israelo-palestiniano e o papel da arte como intervenção política.
Craveiro não hesitou em descrever o que viu como um sistema de "apartheid", criticando a posição do governo português. "O nosso Governo não foi claro a condenar o genocídio em Gaza.
Falta coragem e espinha dorsal", declarou.
A sua narrativa foi construída a partir de observações pessoais e histórias que recolheu, humanizando a complexidade do conflito através de detalhes vívidos, como o de um jovem que transformava a violência em arte: "Conheci um rapaz palestiniano que fazia bijuteria com granadas de gás atiradas por Israel". A artista defendeu veementemente o papel político da sua obra, afirmando que "toda a arte é política" e que o seu objetivo é "contribuir para a libertação das mentes e dos totalitarismos".
A sua perspetiva crítica estendeu-se à sociedade em geral, lamentando que, em "tempos sombrios", a empatia seja vista como radical.
A conversa também estabeleceu um paralelo com a história portuguesa, criticando a "má memória das chagas do passado" e a necessidade de uma "cura coletiva".
Ao partilhar a sua visão de que "Israel tem um claro plano de desumanização e limpeza étnica", Joana Craveiro utilizou o podcast como uma plataforma para denúncia e apelo à consciência.














