Martim Sousa Tavares é apresentado como uma figura que quebra estereótipos, não se vestindo como um maestro “tradicional” e, por vezes, atuando de calças de ganga e t-shirt. A sua filosofia passa por “tirar o mofo à música clássica”, o que o leva a colaborar com artistas de outros géneros musicais, como Dino d’ Santiago e a banda Capitão Fausto.
Na entrevista, o maestro reflete sobre a pressão da sua profissão, afirmando: “Para dirigir uma orquestra, tens de passar vários testes de fogo, porque tens 30 a 40 pessoas a ver-te falhar”. A sua crítica ao elitismo do meio é expressa de forma contundente: “A música clássica está para a arte como o golfe está para o desporto. Tudo o que eu possa fazer para destruir a ideia de clube, faço”. A sua atitude irreverente é também visível numa anedota que partilhou sobre uma biografia que enviou à Gulbenkian, onde listava locais de concerto contrastantes como “Chicago e Maçainhas, Rio de Janeiro e Teixoso, Milão e Colmeal da Torre”, evidenciando o seu desejo de ligar o erudito ao popular. A conversa destaca a sua carreira multifacetada, que inclui televisão, rádio e a recente publicação de um livro, consolidando-o como uma voz influente na renovação cultural em Portugal.













