A conversa centrou-se nas suas recentes viagens à Cisjordânia ocupada e no impacto que estas experiências tiveram no seu trabalho e na sua visão do conflito israelo-palestiniano.
Joana Craveiro, que também é diretora artística do Teatro do Vestido, partilhou relatos viscerais do que testemunhou, descrevendo a situação como um regime de ‘apartheid’ e um “claro plano de desumanização e limpeza étnica” por parte de Israel. A artista contou histórias de resiliência e criatividade em face da opressão, como a de um rapaz palestiniano que “fazia bijuteria com granadas de gás atiradas por Israel”, transformando símbolos de violência em arte. Craveiro expressou a sua frustração com a posição do governo português, afirmando que “não foi claro a condenar o genocídio em Gaza”, criticando uma “falta de coragem e espinha dorsal”.
A sua arte, que descreve como política, documental e poética, serve como veículo para combater o esquecimento e os totalitarismos. “Toda a arte é política.
Quero contribuir para a libertação das mentes”, declarou.
A dramaturga lamentou que, nos “tempos sombrios” atuais, ser humanista e empático seja “visto como radical”.
As suas impressões e as histórias que recolheu na Palestina serão a base para futuros espetáculos, que prometem desafiar a mitologia da história e confrontar o público com realidades desconfortáveis, reforçando o papel do teatro como ferramenta de consciência social.













