A conversa com Bernardo Mendonça destacou-se pela crítica acutilante à situação no território e pela reflexão sobre o papel da arte como ato político.

Craveiro, que esteve na Palestina em 2023 e 2024, afirmou não poder “desver” as violências testemunhadas, descrevendo a situação como um claro “plano de desumanização e limpeza étnica” por parte de Israel.

A diretora artística do Teatro do Vestido foi particularmente crítica em relação à diplomacia portuguesa, afirmando: “O nosso Governo não foi claro a condenar o genocídio em Gaza.

Falta coragem e espinha dorsal”.

A sua experiência no terreno serviu de base para uma reflexão mais ampla sobre o papel do artista na sociedade.

Para Craveiro, “toda a arte é política” e o seu objetivo é “contribuir para a libertação das mentes e dos totalitarismos”.

A entrevista foi pautada por relatos pessoais marcantes, como o de um jovem palestiniano que “fazia bijuteria com granadas de gás atiradas por Israel”, uma imagem poderosa da resiliência e da criatividade em cenários de opressão.

A dramaturga aproveitou ainda para refletir sobre a memória histórica em Portugal, afirmando que somos “um país com má memória das chagas do passado” e que “há quem lucre com o esquecimento”.

A profundidade e a carga política da entrevista tornaram estes episódios do podcast um momento significativo de debate público.