Com a participação da advogada Leonor Caldeira, especialista em liberdade de expressão, o programa debateu as implicações do caso para os limites do humor e o funcionamento da justiça em Portugal. A conversa com Leonor Caldeira proporcionou uma perspetiva jurídica sobre um caso que captou a atenção mediática.
A advogada foi categórica ao classificar o processo como "uma perda de tempo", argumentando que, em sistemas judiciais como o do Reino Unido ou dos Estados Unidos, a queixa teria sido liminarmente rejeitada. "No Reino Unido e EUA, um processo como o dos Anjos vs. Joana Marques era, como se diz na gíria dos advogados, arrumado na secretaria", afirmou.
Esta comparação internacional serviu para questionar a forma como os tribunais portugueses lidam com casos que envolvem a liberdade de expressão e o humor.
Caldeira sugeriu que a justiça nacional por vezes não consegue "cortar pela raíz processos sem pés nem cabeça e que talvez só visam efeitos de intimidar a outra parte".
Ao trazer uma especialista para dissecar o caso, o podcast transcendeu a simples discussão sobre o humor para oferecer aos seus ouvintes uma análise informada sobre os direitos fundamentais em jogo.
O episódio demonstrou o potencial dos podcasts como ferramentas de literacia jurídica e cívica, traduzindo conceitos legais complexos para uma linguagem acessível e contextualizando-os num acontecimento de grande interesse público. Este tipo de conteúdo contribui para um debate mais informado sobre os limites da sátira e o papel dos tribunais na sua avaliação.












