A sua entrevista abordou as dificuldades da carreira de ator em Portugal, a precariedade financeira e a complexa relação entre o reconhecimento nacional e a validação internacional.
Durante a conversa com José Paiva Capucho, Madalena Almeida expôs as fragilidades de uma indústria que, apesar do sucesso de algumas produções, continua a oferecer pouca estabilidade aos seus profissionais. A atriz confessou a necessidade de conciliar projetos artísticos de maior risco com trabalhos mais comerciais para garantir a sua subsistência: “Tenho sorte de ter feito várias séries, mas mesmo quando gravo com o Canijo, tenho de trabalhar paralelamente.
As novelas dão estabilidade”.
Esta dualidade reflete a precariedade sentida por muitos atores no país.
Outro ponto central da sua crítica foi a perceção de valor no mercado português, que parece, por vezes, dependente de uma validação externa. Almeida expressou a sua frustração com este fenómeno, afirmando: “Mesmo se já fizeste várias séries em Portugal, parece que tens de ir para o estrangeiro, ou dizer que vais, para teres reconhecimento cá”. Esta declaração aponta para uma certa mentalidade provinciana na indústria, que desvaloriza o talento local até que este seja reconhecido fora de portas.
A atriz abordou ainda o conflito interno que sente perante papéis que não a preenchem artisticamente, questionando a sua integridade profissional: “Aborrece-me a ideia do ator marioneta, cria-me um conflito. Como posso fazer algo em que não acredito?”.
A sua participação no podcast oferece uma visão rara e honesta sobre os desafios que os atores enfrentam em Portugal.













