O episódio destaca o papel do podcasting como um espaço para diálogos culturais e sociais profundos. O episódio com Marco Mendonça, recentemente distinguido com o Prémio Revelação pelo Teatro Nacional D. Maria II, ilustra a capacidade do podcast para funcionar como uma plataforma de ativismo e reflexão cultural.
A conversa centra-se na forma como o ator, através das suas peças “Blackface” e “Reparations, Baby!”, utiliza o humor como ferramenta para abordar “trauma, sofrimento e crises de identidade”.
Mendonça articula uma visão crítica sobre o passado colonial de Portugal, defendendo que “a primeira forma de reparação histórica é Portugal decidir que tem urgentemente de fazer terapia, reconhecer que o seu passado é horrível”.
Esta declaração contundente, proferida num meio conversacional como o podcast, tem o potencial de gerar um debate significativo.
O ator também contextualiza a prática do "blackface", explicando que a sua persistência é um sintoma de problemas sociais mais vastos: “O Obama foi eleito e nos EUA acharam que podiam fazer blackface outra vez.
Podem gozar com o presidente, mas que não seja pela cor da pele”.
Ao proporcionar um espaço para este tipo de diálogo sem filtros, "Humor À Primeira Vista" transcende o entretenimento, transformando-se num fórum para o pensamento crítico sobre identidade, história e justiça social, demonstrando a maturidade e a relevância social que o formato podcast pode alcançar.














