A conversa revelou uma artista que se sentia deslocada na sua adolescência devido aos seus gostos musicais e ao ambiente em que estava inserida.

Durante o episódio, Raquel Tavares descreveu-se como uma "adolescente muito chata", explicando a dissonância entre os seus interesses e os dos seus pares.

“Os meus amigos ouviam Backstreet Boys e Spice Girls e eu o Fernando Maurício e a Berta Cardoso”, recordou.

Esta imersão precoce num "universo que não é suposto para uma criança e uma adolescente" teve consequências na sua personalidade.

A fadista confessou ter ouvido "conversas à mesa que não eram para a minha idade", o que a tornou, "ali com 20 e poucos anos, muito chata, muito envelhecida, um horror".

A sua participação no podcast permitiu uma reflexão aprofundada sobre os prós e contras desta formação atípica.

Além disso, a conversa tocou num ponto sensível da sua identidade artística, com a fadista a confessar: “Sempre tive inveja da poesia masculina, porque o homem canta a mulher.

Não há nada mais sublime para se cantar”.

Esta declaração revela uma perspetiva única sobre as temáticas do fado e o papel da mulher enquanto intérprete.

A presença de uma figura tão relevante da música portuguesa no "Posto Emissor" demonstra a capacidade do podcast para acolher conversas íntimas e reveladoras.