A entrevista destaca a capacidade do podcast para explorar as transições e os desafios na vida de figuras públicas, oferecendo um retrato mais íntimo e complexo.

Durante a conversa, Raquel Tavares partilhou memórias da sua formação no universo do fado, descrevendo-se como uma "adolescente muito chata" por preferir ouvir fadistas clássicos como Fernando Maurício e Berta Cardoso em vez da música popular da sua geração.

Esta imersão precoce num "universo que não é suposto para uma criança" moldou a sua identidade artística.

A artista falou também sobre a sua incursão na representação, admitindo ter-se sentido sempre uma "'outsider'", apesar de ter sido "muitíssimo bem recebida, sem nenhum tipo de preconceito".

Um dos momentos mais pessoais da entrevista foi a recordação da sua longa amizade com o fadista Ricardo Ribeiro, com quem atuou recentemente no Carnegie Hall, em Nova Iorque.

Raquel Tavares descreveu a emoção do momento: "Dois miúdos, ele do bairro da Ajuda e eu de Alfama… Quem havia de dizer que estaríamos aqui os dois?".

Esta partilha de histórias e vulnerabilidades demonstra como o formato podcast permite uma profundidade que raramente se encontra noutros meios, humanizando a figura pública e conectando-a de forma mais genuína com o público.