A conversa revelou a humildade e a profundidade da autora, mesmo perante a mais alta distinção da literatura em língua portuguesa.
Durante a entrevista, que estreou no dia do seu aniversário, Ana Paula Tavares confessou sentir a "síndrome de impostora", mesmo após receber prémios importantes.
"Recebi uma medalha no meu país e questionei porquê.
A síndrome de impostora está cá sempre", admitiu, mostrando uma vulnerabilidade que contrasta com a força da sua obra. A autora refletiu sobre o poder da palavra na sua vida, explicando como se tornou uma ferramenta de afirmação pessoal numa época em que não se enquadrava nos padrões de beleza convencionais.
"Não era loira, nem alta ou magra, comecei a seduzir pela palavra.
Fazia as redações dos colegas, era uma forma de exercer poder", contou.
A conversa, conduzida por Paula Cardoso e Georgina Angélica, abordou também a sua profunda ligação familiar, nomeadamente à filha e ao neto, e até uma surpreendente "veia musical". A sua participação no podcast permitiu ao público um acesso mais íntimo ao pensamento de uma das mais importantes escritoras contemporâneas de língua portuguesa, explorando as suas motivações, inseguranças e a forma como a sua identidade moldou a sua trajetória literária e pessoal.










