A conversa surge num momento de grande expectativa, antecipando o regresso do grupo aos palcos em março de 2026 para celebrar 50 anos de história.

Durante a entrevista, os músicos Luís Represas, João Gil e Manuel Faria abordaram o peso da palavra nas suas composições, destacando a importância de não "meter a letra à pressão na música".

Mencionaram a colaboração com o poeta Francisco Viana e citaram Fausto Bordalo Dias como um exemplo de profundidade lírica, afirmando que cantar não é apenas “chegar lá, abrir a boca e debitar uma série de coisas”.

Um dos momentos marcantes da conversa foi a recordação da génese da canção 'Timor', que se tornou um hino à luta pela independência do território. Explicaram como a utilização da música pela RTP como fundo de um direto sobre o drama em Timor "colou-a àquela luta", um momento que João Monge lhes relatou a chorar ao ver crianças em Almada a cantar o tema.

Os Trovante também partilharam anedotas dos seus primórdios, como a sua primeira menção na imprensa, no jornal "Avante!"

em 1976, que os rotulou erradamente como 'União dos Estudantes Comunistas', o que lhes causou grande frustração.

Recordaram ainda uma viagem a Cuba no final dos anos 70 para o Festival Mundial da Juventude, descrevendo a experiência a bordo de um navio soviético com centenas de jovens italianos e espanhóis como "a loucura total".

A participação no podcast serviu para reavivar a ligação com o público, partilhando o contexto histórico e pessoal por trás da sua música.