A conversa, conduzida por Paula Cardoso e Georgina Angélica, revelou uma mulher que encontrou na palavra um instrumento de poder e identidade.
Durante o episódio, que coincidiu com o seu aniversário, Tavares confessou sentir a “síndrome de impostora”, mesmo após receber o mais prestigiado galardão da língua portuguesa.
Recordou um momento em Angola em que, ao receber uma medalha, questionou o motivo, admitindo que essa sensação “está cá sempre”.
A escritora falou sobre a sua infância e como a escrita se tornou uma forma de afirmação pessoal. “Não era loira, nem alta ou magra, comecei a seduzir pela palavra”, explicou, revelando que fazia as redações dos colegas como “uma forma de exercer poder”.
Esta anedota ilustra como, desde cedo, a linguagem se tornou central na sua vida.
Numa nota curiosa, partilhou que o seu pai lhe deu o mesmo nome da sua camionete, gracejando que “deviam ser as duas coisas extraordinárias que tinha em mãos”.
A entrevista abordou também a sua profunda ligação à filha e ao neto, e surpreendeu ao revelar uma faceta musical.
A sua participação no podcast permitiu ao público conhecer a mulher por trás da obra, explorando as suas inseguranças, as suas fontes de força e a forma como a sua identidade se moldou através da literatura e das relações pessoais.










