Na conversa, a especialista abordou as falhas estruturais do sistema e as suas implicações diretas na vida dos utentes e na atuação dos profissionais de saúde.
No episódio do podcast "Lei da Paridade", conduzido por Adriana Cardoso, Leonor Rosas e Maria Castello Branco, a médica Margarida Santos ofereceu uma perspetiva crua e direta sobre os problemas que afetam o SNS.
A especialista em medicina geral e familiar argumentou que as falhas do sistema de saúde são frequentemente um reflexo de problemas sociais mais vastos, como a pobreza e as más condições de habitação.
Relatando uma experiência marcante, descreveu: “Fiz uma consulta à mãe e a sua filha com paralisia cerebral numa cave cheia de bolor.
As condições das pessoas são o problema base do SNS”.
Esta afirmação sublinha a sua visão de que a saúde está intrinsecamente ligada ao contexto socioeconómico dos pacientes, e que as falhas do governo em áreas como a habitação culminam no Ministério da Saúde.
A conversa também abordou a recente e trágica morte de uma grávida, criticando a forma como o debate foi desviado para a imigração: “Não se justifica a morte de uma grávida, ponto. Não era momento para falar de imigração, morreu uma mulher e o seu bebé”. A intervenção de Margarida Santos serviu para humanizar a crise do SNS, ligando as falhas sistémicas a casos concretos e defendendo que a deterioração das condições de vida é um fator determinante para o agravamento dos problemas de saúde da população, sobrecarregando um serviço já debilitado.














