Na conversa com José Maria Pimentel, o especialista criticou as políticas atuais e defendeu a habitação como a solução central para um problema que afeta mais de 13 mil pessoas.

Nave argumentou que as respostas existentes são ineficazes, declarando: “Gastamos milhões em respostas aos sem-abrigo que não funcionam.

Criámos uma rede inteira de apoios, menos a casa”. Para o diretor da CRESCER, a habitação não é apenas uma necessidade básica, mas também "uma forma de tratamento", uma vez que "viver na rua destrói a saúde mental". Ele sublinhou a viabilidade económica de uma solução estrutural, estimando que o custo para alojar todas as pessoas em situação de sem-abrigo corresponderia a apenas 0,1% do PIB, concluindo que o que falta é "vontade política".

O sucesso do programa da sua associação, onde "90% das pessoas não voltam à rua", foi apresentado como prova da eficácia do modelo "Housing First".

Américo Nave alertou ainda para a crescente precariedade que afeta a população em geral, afirmando que “a linha entre ter casa e não ter é muito mais ténue do que pensamos.

O próximo pode ser qualquer um de nós”.