O artista revisitou a sua infância, a dureza da imigração, o sucesso e momentos marcantes da sua vida, como a condecoração pelo Estado francês.

Na conversa, Bonga recordou a sua chegada a Portugal como um momento difícil, confessando: "Não gostei, queria-me vir embora no dia seguinte".

O músico, que se tornou o primeiro artista africano a alcançar discos de ouro e platina em Portugal, partilhou também histórias que revelam o seu forte sentido de justiça, como o episódio em que interveio num caso de violência doméstica: "Eu já parti a porta de um vizinho com um pontapé. Ele estava a bater na mulher, fiz o que tinha de fazer".

A entrevista abordou ainda a sua vida pessoal, incluindo a paternidade e a relação com a sua companheira mais nova, sobre a qual comentou: “O que interessa é o respeito e o carinho”.

Um dos momentos de maior emoção foi a recordação da condecoração com a Ordem das Artes e das Letras pelo Estado francês, que descreveu como "uma bofetada de luva branca". Bonga falou também sobre a sua disciplina pessoal, afirmando que, mesmo com a sua idade, se proíbe de exageros: "Proíbo-me de ficar bêbado". A entrevista permitiu um olhar íntimo sobre a vida de um ícone que moldou a música lusófona, desde as memórias de uma infância feliz em Angola, marcada por um forte sentido de comunidade, até à sua consagração internacional.