Esta abordagem crítica reflete o papel do podcast como um espaço de comentário incisivo sobre os fenómenos sociais e culturais em Portugal.

A equipa do programa dissecou o jargão corporativo e a linguagem frequentemente empolada associada à cimeira tecnológica.

Uma das piadas destacadas nos artigos refere-se à caracterização de D. Afonso Henriques como "o 1º empreendedor português", que teria criado "um hub em Guimarães" e lançado a "brand Portugal", uma marca que, segundo os humoristas, "ao fim de 900 anos, continua a funcionar mal e dá prejuízo".

O programa também ironizou a forma como a inovação é recebida em Portugal, comparando a Web Summit com as aparições de Fátima: "Nossa Senhora aparecia em Fátima 10 anos seguidos e à sexta vez já diziam: ‘Boa tarde’. Na Web Summit dizem: ‘Informáticos, em Moscavide?’".

Esta comparação serve para satirizar uma certa indiferença ou ceticismo nacional perante grandes eventos.

Outro alvo da sátira foi o processo judicial de José Sócrates, com Ricardo Araújo Pereira a calcular de forma humorística o tempo que o processo levaria a ser retomado se o ex-primeiro-ministro contratasse um dos 38.581 advogados do país a cada 20 dias: "retomamos o processo em julho do ano 4138".

Ao dedicar um episódio a um evento de grande visibilidade como a Web Summit, o podcast cumpre a sua função de observador crítico da sociedade, utilizando o humor para questionar narrativas e comportamentos.