A fadista Sara Correia, uma das vozes proeminentes da nova geração do Fado, foi a convidada do mais recente episódio do podcast "Geração 90", onde falou sobre as suas origens, a sua aprendizagem autodidata e a universalidade do Fado. Na sua participação, Sara Correia sublinhou a importância das suas raízes, afirmando com orgulho: “Venho do bairro e olho para a vida sempre com vontade de viver, não nos aconchegamos à cama e não baixamos os braços”. A artista, que se descreve como "rebelde" desde pequena mas com os "pés bem assentes na terra", explicou que a sua formação musical não foi académica. “Não estudou música e tudo o que aprendeu foi nas casas de fado onde cantou”, inspirada pela sua tia, que também era fadista, e pela sua avó, com quem sempre ouviu fado. Um dos pontos centrais da conversa foi a sua convicção na capacidade do Fado de transcender barreiras linguísticas.
Sara Correia defende que a emoção do género musical é universal.
“No Fado as pessoas sentem, mesmo que não percebam português.
Temos muita mágoa e é isso que quem está lá fora sente quando nos ouve cantar”, explicou.
Para ilustrar esta ideia, partilhou a sua experiência em concertos na Coreia do Sul, que descreveu como "algo inexplicável", destacando o silêncio e a atenção do público, semelhante ao ambiente de uma casa de fados tradicional, apesar de não compreenderem a letra. Esta experiência reforçou a sua crença de que a emoção do Fado é o seu principal veículo de comunicação global.
Em resumoA entrevista de Sara Correia no podcast "Geração 90" revelou uma artista profundamente ligada às suas origens, defensora de uma aprendizagem autêntica do Fado e convicta do poder emocional e universal da sua música, capaz de cativar audiências em todo o mundo.