A conversa, amplamente divulgada, destaca-se pela reflexão do artista sobre a sua carreira e o mundo contemporâneo.

Durante a entrevista, Abrunhosa expressou uma visão crítica sobre o uso da inteligência artificial na música, comparando-a a um eletrodoméstico que se apropria indevidamente de criações alheias: “O ChatGPT é a Bimby ladra. Os ingredientes da Bimby compras, o ChatGPT entra-te em casa e põe na panela o tomate e o arroz que roubou”.

O músico também partilhou memórias da sua infância e juventude, recordando como as discussões políticas em casa e a exposição precoce a eventos históricos, como o Holocausto, formaram a sua consciência cívica.

“Aos 10 anos vi os cadáveres de Auschwitz e o meu pai disse-me: ‘Grande parte destas pessoas foram entregues pela família’”, relatou.

A influência de histórias verídicas na sua composição foi outro tema central, com o artista a explicar como um caso de racismo nos EUA nos anos 50 inspirou uma das suas novas canções.

Numa nota mais pessoal, Pedro Abrunhosa falou sobre o poder terapêutico da sua arte, afirmando que “a música salvou-me muitas vezes da depressão, da tristeza, do enfrentamento da morte”, e recordou o sucesso avassalador do seu primeiro single, ‘Não Posso +’, em 1994, que se tornou omnipresente na sua vida.