António Filipe demarcou a sua candidatura através de um posicionamento focado em questões sociais e laborais. Numa intervenção sobre a crise da habitação, defendeu que o Presidente da República "deve ter uma voz ativa, de influência" junto dos governos para que se implemente uma política que resolva os problemas das pessoas, argumentando que não será o mercado a dar essa resposta. A sua oposição às propostas de alteração da legislação laboral do atual Governo foi veemente, classificando-as como "uma nova ofensiva a fazer lembrar o que aconteceu no tempo da 'troika', de má memória relativamente aos direitos dos trabalhadores". Esta crítica visa posicioná-lo como o principal defensor dos direitos laborais contra o que considera ser uma agenda de precarização. No plano internacional, António Filipe foi igualmente crítico do acordo comercial entre a UE e os EUA, descrevendo-o como uma "rendição da União Europeia relativamente às imposições vindas dos Estados Unidos" e um "deplorável ato de abdicação" que terá "consequências negativas para os povos europeus". Com estas posições, a sua candidatura afirma-se claramente no espectro da esquerda, procurando mobilizar o eleitorado descontente com as políticas neoliberais e a perda de direitos sociais.
