Presidente envia lei de estrangeiros para o Tribunal Constitucional
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, enviou para o Tribunal Constitucional o decreto do parlamento que altera a lei de estrangeiros, solicitando a fiscalização preventiva da sua constitucionalidade. A decisão representa um revés para a maioria de direita (PSD, Chega e CDS-PP) que aprovou o diploma e evidencia uma clara divergência entre Belém e o Governo sobre uma matéria que o Presidente considera fundamental. As dúvidas de Marcelo Rebelo de Sousa centram-se em normas específicas que considera poderem violar a Constituição, nomeadamente o "direito ao reagrupamento familiar e condições para o seu exercício, sobre o prazo para apreciação de pedidos pela Agência para a Integração Migrações e Asilo (AIMA) e o direito de recurso". Ao optar pela via do controlo de constitucionalidade em vez do veto político imediato, o Presidente afirmou que considera "mais útil saber se há razão para haver dúvidas de constitucionalidade" porque "mais vale prevenir do que remediar".
No entanto, deixou um aviso político claro, afirmando que a maioria parlamentar que aprovou estas soluções "será oportunamente julgada por isso", o que demonstra o seu profundo desacordo com o conteúdo da lei.
Esta ação presidencial sublinha o seu papel como garante da Constituição e dos direitos fundamentais, num dos momentos de maior tensão política com o atual Governo e a sua base de apoio parlamentar.
Em resumoAo remeter a lei de estrangeiros para o Tribunal Constitucional, Marcelo Rebelo de Sousa exerce a sua função de guardião da Constituição, colocando entraves a uma legislação controversa e afirmando a sua autoridade perante o Governo e a maioria parlamentar, num dos momentos mais tensos da coabitação.
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