A ausência de Vitorino do boletim de voto reconfigura as estratégias dentro do PS. O antigo comissário europeu, que chegou a ser apontado como o preferido da anterior liderança de Pedro Nuno Santos, optou por um papel diferente, ao aceitar ser o mandatário da candidatura de Alexandra Leitão à Câmara Municipal de Lisboa. Esta escolha sinaliza um realinhamento de forças e um foco, para já, na política local, mas também um apoio claro à coligação de esquerda na capital, que une PS, Livre, BE e PAN. A sua decisão de não concorrer abre espaço para outros potenciais candidatos no espectro socialista e de centro-esquerda, como António José Seguro, e força partidos como o Bloco de Esquerda e o Livre a reavaliar as suas próprias estratégias, que poderiam passar por um apoio a uma figura consensual como Vitorino. Agora, a possibilidade de estes partidos avançarem com candidaturas próprias ganha mais força, num cenário de maior fragmentação à esquerda para as presidenciais.