A escolha de figuras como Pinto Leite, Arlindo Cunha e Francisco Mendes da Silva sinaliza uma tentativa de agregar diferentes sensibilidades do centro-direita e dar um novo impulso a uma candidatura que ainda não se afirmou nas sondagens. Após vários anos como um dos principais comentadores políticos da televisão portuguesa, Luís Marques Mendes formalizou a sua candidatura a Belém, um passo que foi agora consolidado com a criação de uma comissão política. Este órgão consultivo integra personalidades com percursos distintos, refletindo uma estratégia de construção de uma base de apoio alargada.
A inclusão de figuras como Pinto Leite e Arlindo Cunha, com vasta experiência autárquica e governativa, visa reforçar a credibilidade da candidatura junto do eleitorado mais tradicional do PSD. Por outro lado, a presença de Francisco Mendes da Silva, antigo militante do CDS e colunista, sugere uma abertura ao espaço político democrata-cristão e a uma ala mais liberal do centro-direita.
Esta movimentação é particularmente relevante num contexto em que, apesar da sua elevada popularidade e influência mediática, a candidatura de Marques Mendes “ainda não descolou nas sondagens”, como aponta um dos artigos. A formação desta comissão surge, assim, como uma tentativa de transformar a notoriedade em intenções de voto concretas, demonstrando capacidade de agregação e de formulação de um projeto político estruturado. A escolha dos nomes indica também a preocupação em cobrir várias áreas de governação, desde a coesão territorial à economia, preparando o terreno para um debate mais aprofundado sobre as propostas para o país.
A primeira reunião da comissão, agendada para setembro, marcará o início de uma nova fase da campanha, mais focada na substância política.