As suas recentes declarações sobre a crise na saúde e a necessidade de apoiar as pequenas e médias empresas definem o seu perfil como um candidato de esquerda focado nos direitos dos trabalhadores e na defesa dos serviços públicos. António Filipe tem aproveitado as suas aparições públicas para vincar as prioridades da sua candidatura, que se alinham com as preocupações tradicionais do Partido Comunista Português.
O candidato apelou a um “sobressalto” perante a “situação muito grave” que se vive no Serviço Nacional de Saúde (SNS), exigindo que “todos os órgãos de soberania assumam responsabilidades”.
Esta crítica direta à gestão da saúde posiciona-o como um defensor intransigente do serviço público, um tema central para o seu eleitorado.
Além da saúde, António Filipe reuniu-se com a Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas (CPPME), defendendo a necessidade de apoios fiscais e económicos para este setor, que representa, segundo ele, “99 por cento do tecido económico nacional”. Ao afirmar que estas empresas são “muito desfavorecidas pelas políticas públicas”, que privilegiam os grandes grupos económicos, o candidato procura alargar a sua base de apoio para além dos trabalhadores, dialogando também com os pequenos empresários. Esta estratégia visa demonstrar que a sua candidatura representa “aqueles que põem a economia a funcionar”, numa tentativa de construir uma frente unida contra as políticas que considera favorecer apenas o grande capital.
Ao passar de deputado a assessor no seu grupo parlamentar, António Filipe mantém a sua atividade política, usando a pré-campanha presidencial para amplificar as causas do seu partido.