A sua entrada na corrida posiciona-o como uma voz liberal que visa captar o eleitorado insatisfeito com a atual oferta política, focando-se num Portugal "mais moderno e arejado".

A oficialização da candidatura de João Cotrim de Figueiredo, durante uma entrevista televisiva, marca um momento relevante na reconfiguração do espaço político de centro-direita para as presidenciais de 2026. O ex-líder da IL declarou a sua intenção de promover uma "candidatura mais abrangente", que extravase as fronteiras do seu partido, e de a abrir "a toda a gente que consiga imaginar um Portugal diferente do que ele é hoje". O seu discurso visa diretamente um eleitorado que considera desconsiderado pelos candidatos atuais, nomeadamente "os mais jovens, particularmente os mais dinâmicos, particularmente aqueles que querem fazer um país muito mais moderno e arejado". Cotrim de Figueiredo pretende ser um "farol de referência", mostrando um caminho para um país "menos cinzento, menos bafiento".

A sua estratégia passa por se apresentar como uma alternativa construtiva e virada para o futuro, evitando o confronto direto sobre temas conjunturais.

Questionado sobre a gestão dos incêndios, um tema que gerou fortes críticas de outros candidatos, distanciou-se, afirmando que "políticas setoriais não devem ser discutidas em público" quando os assuntos estão "particularmente candentes". Esta posição demarca-o de candidatos como Gouveia e Melo, que utilizaram a crise para criticar o poder instituído, e sugere uma abordagem presidencial mais focada em visões de longo prazo do que em reações à atualidade imediata.

A sua candidatura surge após ter recolhido as 7.500 assinaturas necessárias, utilizando a chave-móvel digital, o que demonstra uma mobilização eficaz e moderna da sua base de apoio.